Por
Amor,
sangro
meu coração
que já
foi sangrado.
Não
queria
mais esta
dor,
pois poeta,
como sou,
não
sou fingidor,
ou o sou!
Finjo
que estou
alegre,
quando
estou
triste.
Finjo
que tenho
um amor,
quando
nada tenho!
Finjo
que não
perdi
meu Beija-
Flor,
pois ele
me dá
amor,
me dá
mel na
minha
boca,
sedenta,
ávara
de tanto
sofrer
esta dor.
E, cá
no meu
canto,
vieram
mexer
com a
minha
dor, de
amor.
Por mais
que fuja
dela,
mais ela
volta,
me acompanha,
me alucina!..
Por que
tive que
ser poeta?
Deve ser
sina!..
Sina de
um coração
que quer
ser alegre
para
não
ser triste,
que quer
cantar
o amor
e se lançar
à
vida,
sem medo,
sem censuras,
sem fingimentos,
sem calar
o que
sou, na
verdade!
E, as
máscaras
que usamos,
deixam
entrever
o que
não
dizemos,
mas alguém
há
que nos
vê
e entrevê...
E, não
quero
vender
ilusões,
não
quero
comprá-las!
Eu as
quero
minhas!
De graça,
sem nada
pedir!
Só
receber,
como poeta
que sou,
receber
a ti:
"
Meu Amor"!
Eda Carneiro
da Rocha
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